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Você homenageia alguém que não conhece? Não tem nexo isso

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O vereador Rafael Ranalli (PL) fez duras críticas à moção de aplausos concedida a Gilmar Machado da Costa, que foi morto em confronto com agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) durante a Operação Aqua Ilícita, nesta quinta-feira (20), em Cuiabá. 
 

Você homenageia alguém que não conhece? Alguém que você não sabe minimamente da vida dele? Não tem nem nexo isso

A homenagem foi concedida pelo vereador Jeferson Siqueira (PSD) e aprovada no dia 20 de fevereiro de 2024. No documento, Jefferson justificou a homenagem pelos “serviços prestados” por Gilmar como líder comunitário no bairro Nova Conquista.
 
Para Ranalli, não cabe ao colega parlamentar alegar desconhecimento da atuação de Gilmar em uma facção criminosa que domina o Estado. 
 
“Você homenageia alguém que não conhece? Alguém que você não sabe minimamente da vida dele? Não tem nem nexo isso. Pelo amor de Deus. Aí não. Até por ele ser do meu bairro, ouço dizer o que que ele está envolvido… Isso aí não tem nem cabimento”, disse Ranalli.

 
O vereador apontou que a concessão da honraria a Gilmar demonstra a “lama” na qual a Câmara estava envolvida na gestão passada.
 
Para ele, é inaceitável que um indivíduo ligado à criminalidade receba esse tipo de reconhecimento sem uma análise criteriosa. 
 
“O que a gente fica feliz é a mudança de paradigma e da cara dessa Casa. […] Esse Gilmar é figurinha carimbada ali da região do 1º de Março, Jardim União. A Polícia está de parabéns”, disse.
 
Cuidado com moções
 
Segundo Ranalli, a aprovação de moções por parte da Câmara Municipal acontece em “pacotes” e por isso pode ter passado desapercebida por outros parlamentares. No entanto, ponderou que cabe ao parlamentar que dá a homenagem o crivo. 
 
“O vereador que apresenta [a moção] tem que tomar esse cuidado. O mínimo de cuidado é essencial”, afirmou.
 
“Gilmarzinho”
 
Gilmar foi morto enquanto policiais cumpriam ordens judiciais no âmbito da Operação Aqua Ilícita, que investiga um esquema de extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa contra comerciantes das cidades de Várzea Grande e Cuiabá. Ao entrarem na casa do suspeito, policiais avistaram a homenagem.
 
As vítimas eram vendedores de água mineral, que eram obrigados a pagar uma taxa para a principal facção criminosa do Estado.
 
Ele era morador do bairro e, em 2021, foi condenado pela juíza Renata do Carmo Evaristo Pereira, da 9ª Vara Criminal de Cuiabá, a 9 anos de reclusão pelo crime de tráfico de drogas. Na ocasião, Gilmarzinho, como era conhecido, foi flagrado e preso por policiais militares recebendo uma carga de entorpecentes.
 
Veja vídeo:
 

 
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