O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, criticou duramente o excesso de burocracia e o que ele chamou de “inspiração ao contrário” do Brasil em relação a políticas de desenvolvimento adotadas por países bem-sucedidos. Em artigo publicado na Folha de São Paulo, Mendes argumenta que o país tem deixado de aproveitar seu potencial por seguir um caminho oposto ao de nações como EUA, China e Coreia do Sul.
Segundo o governador, essas nações experimentaram grande expansão em seu desenvolvimento nas últimas décadas, impulsionadas por “medidas acertadas de líderes políticos e das legislações que regem esses países, como o rigor das leis, o fomento ao empreendedorismo, investimentos na educação, e uma cultura voltada à eficiência”.
Mauro Mendes aponta que, enquanto outros países avançam, o Brasil “se afundou na burrocracia” e adotou uma “inspiração ao contrário”, impedindo o desenvolvimento em diversas áreas.
O governador cita exemplos concretos de como essa “inspiração ao contrário” prejudica o Brasil:
Exploração de Petróleo: “No Brasil não se pode explorar petróleo que está no oceano a 500 km de distância do território, porque supostos ‘ambientalistas’ fazem pressão contra, enquanto os países tidos como exemplo de sustentabilidade, caso da Noruega, expandem a produção do ‘ouro negro’ – e sem qualquer crítica.”
Acesso aos Biomas: “No Brasil não podemos criar acessos aos nossos biomas, como o Pantanal, para cuidar do potencial turístico e ambiental de forma responsável, mas convivemos todos os anos com os incêndios florestais, que se alastram de forma quase impossível de controlar, justamente pela dificuldade de adentrar nas matas.”
Construção de Ferrovias: “No Brasil não se pode construir ferrovias que o mundo todo constrói, porque os ‘ambientalistas’ pressionam contra, mas na Alemanha e na França possuem mais de 70 mil km de trilhos, que são muito mais sustentáveis do que rodovias que permitem a emissão de toneladas de carbono do óleo diesel dos caminhões.”
Penalidades Criminais: “No Brasil não pode ter prisão perpétua para crimes hediondos, como é permitido no Japão, um dos países mais seguros do mundo. Mas no nosso país o criminoso pode matar alguém e ficar anos em liberdade, recorrendo em quatro instâncias, enquanto a família da vítima chora pelo luto e impunidade.”
Tráfico de Drogas: “No Brasil não pode endurecer a lei para quem trafica drogas, enquanto nos EUA esse crime pode passar dos 30 anos de prisão e gerar até mesmo a pena perpétua. Em contrapartida, no Brasil o tráfico tem livre passagem para destruir sonhos de milhares de jovens e de famílias, fortalecer organizações criminosas que se expandem por todo o país e permitir que os criminosos saiam da cadeia cumprindo menos de 1/6 da pena.”
Desenvolvimento Indígena: “No Brasil não pode estimular os indígenas a produzirem seu próprio sustento, enquanto os indígenas canadenses e americanos empreendem e negociam, usando seu território de forma sustentável. Iniciativas como as do povo Haliti-Paresi, em Mato Grosso, que se tornaram prósperos após usarem apenas 3% de seu território para produção, são criticadas por aqueles que preferem indígenas dependentes de esmola para sobreviver.”
Mauro Mendes conclui seu artigo com uma crítica contundente ao que ele chama de “Brasil do não pode”, onde a burocracia e a “inspiração ao contrário” perpetuam a violência e a pobreza da maioria da população, beneficiando apenas aqueles que se mantêm no poder.
“Enquanto não nos libertarmos dessa cultura de hipocrisia, seremos eternamente o ‘país do futuro’ – um futuro que nunca vai chegar para a maioria dos brasileiros”, finaliza o governador.