A presidente da Câmara de Cuiabá, vereadora Paula Calil (PL), criticou uma cláusula do contrato entre a Prefeitura e a empresa CS Mobi, responsável pelo estacionamento rotativo, que institui um repasse mensal de R$ 650 mil à empresa.
E como você vai explorar e aí você não vai ter nenhum risco? Para mim causa estranheza
Para ela, os repasses “causam estranheza”, pois em um investimento também há riscos para o investidor. Entretanto, no caso do contrato com a CS Mobi, os vereadores descobriram que o repasse pode chegar a até aproximadamente R$ 2 milhões após 60 meses.
De acordo com a CPI, o contrato firmado durante a administração do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), determinava que a Prefeitura fizesse repasses à empresa de uma “diferença”, caso ela não atingisse um valor mínimo arrecadado com o uso das vagas de estacionamento.
“É aproximadamente R$ 650 mil por mês e parece que terá uma atualização, vai aumentar. E como você vai explorar e aí você não vai ter nenhum risco? Para mim causa estranheza”, questionou Paula.
“Se você é empreendedor e faz um investimento, você tem que correr os riscos. E a Prefeitura ficou tendo que, se a empresa não alcançar o valor, repor”, disse à imprensa.
Segundo Paula, a empresa cobraria o estacionamento com a contrapartida de começar as obras de construção do novo Mercado Municipal Miguel Sutil. Entretanto, até poucos meses atrás, “não havia um tijolo” no local.
Na semana passada foi realizada a primeira oitiva da CPI que investiga o contrato na Câmara Municipal, com a participação dos vereadores Rafael Ranalli (PL), Maysa Leão (Republicanos) e Dilemário Alencar (União). O contrato tem duração de 30 anos e está estimado em R$ 654 milhões.
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