O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) criticou o consórcio responsável pela execução das obras do BRT em Cuiabá nesta terça-feira (18) e afirmou que o grupo tentou fazer o Governo do Estado de “bobo”.
No Brasil é um festival de ratos de licitação. Gente que não tem capacidade de executar, mas que acha que o Estado é o bobo, que o Estado pode ser assaltado
No início do mês o governador Mauro Mendes (União) anunciou a decisão de rescindir o contrato com o consórcio alegando não cumprimento reiterado do contrato.
Após mais de dois anos e três meses desde a ordem de serviço, o grupo só conseguiu executar 18% dos trababalhos, além de não honrar compromissos com fornecedores.
“Nesse caso específico, o Estado fez um processo de licitação dentro da legalidade. A empresa vencedora parecia ter todas as condições de realizar a obra no tempo previsto, infelizmente é mais uma frustração de tantas que tivemos. Empresas que não cumprem contratos”, afirmou Pivetta durante evento com prefeitos na Associação Mato-Grossense dos Municípios nesta terça-feira (18) em Cuiabá.
“Infelizmente, no Brasil é um festival de ratos de licitação. Gente que não tem capacidade de executar, mas que acha que o Estado é o bobo, que o Estado pode ser assaltado. E aqui em Mato Grosso não é assim”, acrescentou.
O Governo já havia informado que desde o início do contrato o Consórcio foi notificado 50 vezes sobre assuntos relacionados às obras. O grupo chegou a alegar que o projeto proposto pelo Estado apresentava falhas.
No entanto, o Paiaguás rebateu alegando que cabia ao consórcio apresentar as soluções técnicas para os problemas que apareceram durante o andamento da obra, como o posicionamento de portas de estações, realização de drenagem na Avenida da Prainha e melhorias em viadutos.
Ao responsabilizar o consórcio pela rescisão, Pivetta reiterou que o Estado estava cumprindo sua parte do contrato em dia e sem falhas.
“O governo é cumpridor de contratos, o nosso governo desde o início cumpriu 100% dos contratos, pagou 100% em dia todos os seus compromissos”, disse.
“Nesse caso foi rescindido e quem deu causa a rescisão foi a construtora, que foi incapaz de cumprir com seu contrato”.
Respingo na gestão
Com o risco iminente de que a obra não seja concluída até o final do mandato de Mendes, Pivetta foi questionado se esse rompimento não poderia prejudicar seu projeto para ser governador nas eleições de 2026.
Em resposta, o vice-governador afirmou que espera uma avaliação dos cuiabanos.
“Tenho convicção de que quando o poder público não dá resposta no tempo certo para as questões, as demandas da sociedade, nós vamos ser, de alguma maneira, avaliados por isso”, afirmou.
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