O prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) revelou nesta quarta-feira (29) que a empresa CS Mobi pediu R$ 135 milhões para rescindir o contrato com a Prefeitura.
Nós temos cláusulas no contrato que dá brecha para a gente romper sem precisar de pagar esses valores todos
A empresa é a responsável pelo funcionamento do estacionamento rotativo na Capital, pelas obras do novo Mercado Municipal e de revitalização do Centro Histórico.
Nesta quarta Abilio se reuniu com representantes da CS Mobi para tentar achar uma solução a respeito dos problemas apontados pelo prefeito no contrato firmado pela gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
“Uma das propostas é de rescisão de contrato, mas é irreal. Eles querem R$ 135 milhões para rescindir o contrato, nós não vamos pagar isso nunca”, afirmou o prefeito após a reunião.
“Nós temos cláusulas no contrato que dão brecha para a gente romper sem precisar pagar esses valores todos. Então, nós vamos aguardar”, disse.
Um dos pontos que foi criticado por Abilio é que o contrato previa um pagamento mensal de cerca de R$ 650 mil por parte da Prefeitura à empresa.
Abilio afirmou que no ano passado a CS Mobi arrecadou R$ 250 mil das pessoas que estacionavam no local e a Prefeitura de Cuiabá foi quem teve que pagar a diferença de R$ 650 mil.
Segundo o prefeito, durante a reunião de hoje os representantes da empresa propuseram ainda não rescindir o contrato e, em contrapartida, reduzir o valor cobrado à Prefeitura. Porém, não houve consenso.
“A empresa do estacionamento está fazendo algumas propostas. Uma delas parece que é a redução dos valores a ser cobrados por nós, até deixando esse ano, por exemplo, sem cobrar da Prefeitura, continuar cobrando da população, até que haja uma negociação para ganhar prazo. A gente ainda não avaliou sobre isso”, explicou.
“A Prefeitura não está pagando e não vai pagar até a gente ter uma decisão”, afirmou.
Sem entrega
Abilio ainda voltou a criticar a atuação da empresa em Cuiabá, alegando que as obras de responsabilidade da CS Mobi estão todas paradas.
O novo Mercado Municipal, que foi uma das promessas da antiga gestão, deveria ter sido concluído em dezembro de 2024, mas até o momento não está próximo de ser finalizado.
O prefeito demonstrou apoio à proposta feita pelo vereador Rafael Ranalli (PL) de abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a empresa.
“Contratos preveem um monte de coisa, papel aceita qualquer coisa, mas na prática a gente não tem visto essas melhorias aqui no município de Cuiabá. A obra do Mercado da Miguel Sutil, no Centro da cidade, está parada. Foi retomada há pouco tempo”, afirmou.
“Acredito que a CPI da Câmara poderá investigar essa parte enquanto da nossa parte nós temos a Controladoria, nós temos os nossos setores de fiscal de contrato, que vão também acompanhar e verificar sobre seus contratos”.
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