O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na sexta-feira (24) ter o sonho de voltar a comandar o Brasil e defendeu a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“Tenho sonho de voltar a comandar esse país. Não tenho obsessão pelo poder, tenho paixão pelo Brasil”, disse em entrevista concedida ao lado de Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) a um programa da Revista Oeste.
Bolsonaro está impedido de se candidatar até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha presidencial de 2022.
O ex-presidente também falou sobre a expectativa de votação do projeto que concede anistia aos condenados do 8 de janeiro de 2023, os quais voltou a defender, com a proximidade as eleições para presidência do Congresso.
Sobre o episódio, Bolsonaro criticou as acusações contra ele de que teria incitado os atos golpistas daquela data, alegando que não estava no país no período. “Eu tava fora do Brasil, em Orlando, tava com o Pateta e a Minnie do meu lado. Chega a ser risível.”
Bolsonaro deixou o Brasil nos últimos dias de seu mandato e com isso evitou o ato simbólico de transmitir o poder ao seu sucessor. Ele estava nos Estados Unidos durante os ataques golpistas a Brasília.
Questionado sobre a sucessão dos comandos das duas Casas, Bolsonaro falou da escolha por apoiar Davi Alcolumbre (União-AP) ao Senado como uma forma de manter força política e participação nas decisões.
“Nós sonhamos em eleger o Rogério Marinho (PL-RN) em fevereiro de 2023, teve em torno de 33 votos. Fizemos o possível e perdemos, e quando você perde, fica sem mesa diretora e sem vaga em comissão”, afirmou.
O ex-presidente também comentou seu impedimento de viajar para fora do país. O passaporte de Bolsonaro está retido pela Justiça devido às investigações das quais é alvo, como a tentativa de golpe de estado de 2022, o que o impediu de acompanhar a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Confesso que tinha esperanças [de ir], porque afinal de contas eu não sou réu. As acusações são ‘narrativas’, mas infelizmente as decisões foram contrárias”, disse.
“Me senti abalado [por não ir], sou ser humano, me emociono. Sou apaixonado por minha esposa e obviamente ela foi sozinha para lá. Teve a companhia do Eduardo [Bolsonaro] e participaram de eventos.”
A defesa de Bolsonaro pediu a liberação do passaporte do ex-presidente para a cerimônia de posse do dia 20 de janeiro, mas teve o pedido negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).