A Escola Solano Trindade de Formação e Qualificação Artística, Técnica e Cultural (Escult) celebra, nesta quarta-feira (22), seu primeiro ano de atividades. Em apenas 12 meses, a iniciativa, desenvolvida pelo Ministério da Cultura (MinC), em parceria com o Instituto Federal de Goiás (IFG) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), se consolida como uma importante ferramenta de formação e qualificação de profissionais para o setor produtivo cultural.
Desde o lançamento, a Escult tem como objetivo garantir a democratização do acesso à formação e à qualificação, com foco na inclusão e na diversificação das oportunidades educacionais. Os cursos são ofertados em uma plataforma virtual de acesso gratuito, estruturada para atender estudantes e trabalhadores da cultura em todas as regiões do país. “A Escult reafirma nosso compromisso com a expansão do conhecimento e com a profissionalização do setor cultural. Em cumprimento a uma demanda do presidente Lula e da ministra da Cultura, Margareth Menezes, não há como negar que a plataforma é uma conquista coletiva que reflete o esforço conjunto de educadores, gestores e estudantes”, ressalta o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes.
Ao longo do período, a Escult ofereceu oito cursos focados em temas essenciais e demandados pelo setor, como Acessibilidade Cultural, Produção Audiovisual, Fotografia, Produção Musical na Plataforma Reaper, Política e Gestão Cultural, entre outros. O impacto da plataforma é refletido nos números registrados: mais de 866,5 mil visitas, 464,4 mil logins registrados e cerca de 63,6 mil usuários inscritos. “Superou nossas expectativas o número de estudantes em apenas um ano do lançamento. Temos relatos de estudantes que já fizeram mais de um curso e destacam a importância dessa formação”, afirmou Mônica Mitchell de Morais Braga, coordenadora nacional da Escult.
Além disso, os alunos acumularam mais de 552,2 mil horas de estudo, que resultaram na conclusão de 138.161 atividades presentes nas formações. O curso de Produção Audiovisual lidera a lista de mais atividades concluídas, com 62,5 mil atividades, seguido por Fotografia (28.529) e Acessibilidade Cultural (21.484).
Atualmente, a plataforma contabiliza mais de 51,4 mil matrículas realizadas. Produção Audiovisual e Fotografia aparecem como cursos mais procurados, com 18.064 e 16.373 inscritos, respectivamente. Além disso, 7.744 certificados foram emitidos ao longo do ano.
Em celebração, responsáveis pela escola do MinC, IFG e UFRB realizaram uma celebração simbólica (Foto: Reprodução)
Para Deryk Santana, diretor de Políticas para os Trabalhadores da Cultura da Sefic, os resultados comprovam o potencial da escola em transformar a formação cultural no Brasil. “A Escult não é apenas uma plataforma de ensino, mas uma escola, um vetor de inclusão, desenvolvimento e de nacionalização da oferta formativa em cultura. Nosso objetivo agora é ampliar o alcance, diversificar os cursos e estabelecer novas parcerias para atender ainda mais as demandas do mundo do trabalho da cultura”, disse.
Para o coordenador-geral de Políticas para Trabalhadores da Cultura do MinC, Rafael Fontes, o interesse de agentes e gestores culturais pelas ações formativas da Escult espelha o momento do setor no país. “Essa procura é um reflexo da crescente reestruturação e retomada das políticas culturais, especialmente a PNAB [Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura] e LPG [Lei Paulo Gustavo]. Estes números refletem a grande demanda formativa e de qualificação profissional que há no campo cultural”, destacou.
Inclusão
Além dos cursos e do conteúdo pedagógico, a Escult se destaca pelo oferecimento de recursos com foco na inclusão e a usabilidade da plataforma. O ambiente virtual foi desenvolvido para ser acessível a diferentes públicos, em garantia do pleno acesso para que pessoas com deficiência também possam usufruir das qualificações e atividades ofertadas pela pasta.
Entre os beneficiários da iniciativa, Camila Carvalho Faca, técnica administrativa em educação na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), destacou a relevância da plataforma para sua formação. “Fazer um curso de áudio profissional gratuitamente, em uma região com poucas oportunidades de formação, foi essencial para o meu desenvolvimento. As videoaulas, bem didáticas e divididas em vídeos curtos, proporcionam uma dinâmica envolvente. Pretendo aplicar os conhecimentos adquiridos para melhorar meu trabalho e compartilhar os saberes aprendidos”, relatou.
Para a artista Romana de Sá, as formações oferecidas pela Escult tiveram grande impacto em sua carreira cultural. “Por estar inserida na área cultural, esses cursos foram extremamente importantes. Além de serem gratuitos, oferecem uma diversidade significativa e enriquecem o conhecimento de qualquer agente cultural ou pessoa interessada. Só ganhei participando”.
Pós-graduação
Neste ano, a Escult realizará o curso de pós-graduação Especialização em Política e Gestão Cultural, com início previsto para março de 2025. A formação será viabilizada pela parceria entre o MinC e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Luciano Simões, coordenador da Escult-UFRB, explicou que a especialização busca formar profissionais com qualificação técnica, mas também com uma visão crítica, humanista e cidadã sobre o papel da cultura na sociedade. “Nosso objetivo é oferecer uma formação teórica, metodológica e prática no campo da política e da gestão da cultura”, afirmou.
A pós-graduação está em sua terceira edição, tendo sido ofertada anteriormente pela UFRB, onde formou 58 discentes. Agora, com a integração à Escult, o número de vagas foi ampliado em 400%, passando de 30 para 120 por turma. Outro diferencial desta edição é a formação de uma turma composta por agentes culturais das cinco regiões do Brasil. Nas edições anteriores, apenas as regiões Nordeste e Sudeste, haviam sido atendidas.
A celebração do primeiro ano da Escult reafirma o compromisso educacional do MinC ao ofertar uma qualificação cultural que seja inclusiva e, ao mesmo tempo, inovadora. A escola planeja expandir ainda mais sua atuação no ano de 2025, com o lançamento de novos cursos e o fortalecimento de parcerias institucionais. “Estamos apenas no início de uma jornada que pode transformar o acesso à formação cultural no Brasil. Em menos de um ano chegamos a ser o segundo espaço de formação à distância mais acessado do país. Esse sucesso expresso em números e na avaliação dos estudantes nos inspira a buscar novos caminhos e oportunidades para qualificar cada vez mais trabalhadores da cultura e com isso impactar positivamente toda sociedade através do lazer, entretenimento e principalmente do fortalecimento da nossa identidade cultural”, concluiu Deryk Santana.
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