O planejamento operacional para prender e executar o ministro Alexandre de Moraes e para assinar Lula e Alckmin também foi impresso em 6 de dezembro.
Em 9 de dezembro, Mário Fernandes – ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência – entrou em contato com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, enviando um áudio em que comemora que Bolsonaro havia aceitado o “nosso assessoramento”.
“Força, Cid. Meu amigo, muito bacana o presidente ter ido lá à frente ali do Alvorada e ter se pronunciado, cara. Que bacana que ele aceitou aí o nosso assessoramento. Porra, deu a cara pro público dele, pra galera que confia, acredita nele até a morte. Foi muito bacana mesmo, cara. Todo mundo vibrando. Transmite isso pra ele”, disse o general a Mauro Cid na noite do dia 9 de dezembro.
Os dados de controle de acesso ao Palácio da Alvorada confirmaram que o general esteve no dia anterior, 8 de dezembro, na residência do presidente da República entre 17h e 17h40.
No áudio para Mauro Cid, Fernandes se diz preocupado e insiste para que a ação golpista seja realizada logo.
Do contrário, a ofensiva poderia ser frustrada pela própria transição na cúpula do comando das Forças Armadas, que estava prevista para o dia 20 de dezembro, com a posse de integrantes das Forças Armadas escolhidos pela nova administração.
De acordo com a PF, Fernandes “era o ponto focal” do governo Bolsonaro com os manifestantes golpistas acampados na porta dos quartéis que pediam uma intervenção militar.
“Além de receber informações, também servia como provedor material, financeiro e orientador dos manifestantes antidemocráticos instalados nas adjacências do QG-Ex (quartel-general) em Brasília/DF, que teve papel fundamental na tentativa de golpe de Estado perpetrada no dia 08/01/2023”, diz o relatório da PF.