Calcلrio e cristais se transformam em esculturas apَs serem lapidados por turco que vive em Cuiabل desde 81 :: Olhar Conceito

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Com mلquinas pesadas e lâminas afiadas, o turco Yussuf Dogan, de 62 anos, desmonta a dureza das pedras calcلrias e de cristais, como o ametista, que ganham fluidez e movimento pelas mمos do artista que nasceu na Turquia, mas mora em Cuiabل desde 1981. Em seu ateliê no bairro Altos do Coxipَ, dezenas de pedras aguardam para serem lapidadas, enquanto obras prontas dividem espaço com as nمo terminadas. 

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Dogan descobriu a habilidade para lapidar a dureza das pedras hل 30 anos, quando viu que nمo se encaixaria no ofيcio de comerciante, algo que viu a famيlia turca exercer enquanto crescia. No entanto, lembra que o pai era carpinteiro e jل tinha certa aptidمo para transformar a madeira com as mمos. 

“Achava que seria comerciante, porque o turco tem essa fama, mas eu nمo me enxergava no comércio, até tentei”, conta. 

Os pais do turco vieram para o Brasil em 1963, em parte motivados pelos relatos de familiares que jل tinham fixado residência em terras brasileiras. “ة um paيs bom, tem mais oportunidades”, lembra Dogan ao repetir uma das frases que ouviu na época. Primeiro, ele e os pais moraram em Campo Grande (MS), mas se mudaram para Cuiabل na década de 80. 

Antes de lapidar a primeira pedra, que foi transformada em um dedo, Dogan sequer imaginava que tinha tal habilidade. Enquanto aprendia a desenvolver as primeiras lapidaçُes, ele recebeu um incentivo importante que, anos depois, ainda o faz sorrir. Ao olhar para esposa, afirma: “Sem ela nada disso iria acontecer”.



Dogan e sua esposa Maria do Socorro, que desempenhou um papel crucial em seu incentivo para continuar na lapidaçمo. (Foto: Olhar Conceito) 

Ele é casado hل três décadas, mesmo tempo de experiência que acumula na lapidaçمo, com a nordestina Maria do Socorro, de 68 anos. A senhora simpلtica, que ainda carrega o sotaque da terra natal, observa o marido preparar um legيtimo café turco no ateliê no bairro Altos do Coxipَ enquanto revira as prَprias memَrias. 

“Um amigo meu, que também era amigo dele, apresentou a gente. ہs vezes vamos para Chapada, ele olha para uma pedra e jل sabe o que vai fazer”, diz Maria do Socorro. 

“Tudo se deu por fruto dela, sem ela nada disso iria acontecer. Ela me deu o incentivo e todo o suporte para começar a lapidar, sem ela eu nمo teria condiçُes, nمo seria nada. Quando conheci ela, jل tinha começado, mas nمo tinha suporte”, acrescenta Dogan. 

O turco explica que as pedras da Baixada Cuiabana, como o calcلrio e cristais rutilados, sمo usadas por ele na lapidaçمo. “Em Nobres temos a pedra calcلria dolomيtica, na regiمo da Guia temos a pedra calcلria e foram todas essas obras. Pedra calcلria sمo rochas sedimentares, tiram nas explosُes e é o que faz a brita para o concreto, é usado no cimento. As pedras daqui tem esse potencial, porque o mar chegou aqui, quando ele veio até aqui, ele deixou essa riqueza para nَs”. 

Algumas das obras de Dogan podem ser vistas pessoalmente na Revestir, localizada na avenida das Torres, em Cuiabل, e no Shopping Goiabeiras, onde algumas estمo em exposiçمo.

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