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Os mandados, que incluem prisُes, buscas e apreensُes, foram decretados pelo juيzo da 5ª Vara Criminal de Combate ao Crime Organizado, da Comarca de Sinop. As ordens judiciais sمo cumpridas nas cidades de Sinop, Sorriso, Vلrzea Grande e Cuiabل.
A pedido da Polيcia Civil, a 5ª Vara Criminal determinou também a inclusمo de três presos que estمo em duas unidades prisionais da regiمo metropolitana de Cuiabل no Regime Disciplinar Diferenciado. O RDD torna mais rigorosa a rotina do preso e tem como objetivo impedir que membros de organizaçُes criminosas continuem a coordenar atividades criminosas fora do sistema prisional.
A investigaçمo que resultou na operaçمo, coordenada pelo delegado Bruno França Ferreira, teve inيcio a partir das informaçُes apuradas para esclarecer um homicيdio ocorrido em Sorriso, em março deste ano. A equipe policial apurou que Jonathan Kelvin Santos Fernandes, de 20 anos, encontrado em trilha de mata no dia 6 de março, com ferimentos perto do coraçمo, foi executado por três integrantes do nْcleo da organizaçمo criminosa.
A partir do levantamento de informaçُes e inْmeras diligências investigativas, a equipe da Divisمo de Homicيdios da Delegacia de Sorriso identificou os 18 integrantes da organizaçمo que têm suas funçُes criminosas hierarquicamente definidas conforme a atuaçمo de cada um, seja no ordenamento e execuçمo dos crimes, entre eles a entrada de celulares em unidades prisionais; e ainda nas transaçُes financeiras do trلfico de drogas.
As investigaçُes contaram com apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Caramelos Alfa
As investigaçُes demonstraram que os criminosos se organizaram de forma permanente a fim de cometer diversos delitos, entre eles o trلfico de drogas e a entrada ilegal de telefones celulares nas unidades prisionais. E cada um exercendo uma funçمo definida, nas prisُes e nas ruas.
A gestمo da organizaçمo criminosa era exercida por participantes reunidos em um grupo de aplicativo de mensagens chamado “Caramelos Alfa”. O lيder criminoso é D.O.S., com uma vasta vida dedicada ao crime organizado e, atualmente, detido em uma penitenciلria estadual. Foi preso pela primeira vez em 2014 e, de lل pra cل, liderou uma fuga frustrada da penitenciلria Osvaldo Florentino Leite, em Sinop, e depois foi transferido para outras duas unidades, de onde continuou a liderar os crimes.
ة dele que partiam as ordens para um dos gerentes do grupo, V.N.D.S., que atua no comércio de entorpecentes em Sorriso e também organiza a distribuiçمo de cestas bلsicas de alimentos na cidade, estratégia usada pela facçمo para angariar simpatizantes ou coagir moradores de determinados bairros. Também com histَrico criminal, o investigado fugiu da cadeia de Alta Floresta hل quatro anos e foi recapturado meses depois, na cidade de Juruena. Ele foi um dos executores do homicيdio de Jonathan Kelvin, traficante rival que atuou em territَrio da facçمo criminosa.
Outro membro do grupo executor, V.R.V. foi identificado como o responsلvel da facçمo no esquema de contrabando de cigarros e extorsُes contra comerciantes.
Celulares e trلfico
Na apuraçمo sobre os crimes ocorridos na cidade de Sorriso, a Polيcia Civil identificou também a participaçمo de um policial penal responsلvel por levar aparelhos celulares e entorpecentes aos criminosos detidos em uma penitenciلria na cidade de Vلrzea Grande e que lideram o grupo investigado.
O servidor pْblico é alvo de investigaçمo por trلfico de drogas, corrupçمo passiva, introduçمo ilegal de dispositivo telefônico mَvel e organizaçمo criminosa e teve mandados de prisمo e de busca e apreensمo cumpridos nesta quinta-feira. Durante a prisمo nesta manhم, antes de entrar na penitenciلria onde trabalha em Vلrzea Grande, o servidor foi flagrado com diversos celulares camuflados dentro de uma caixa de bombons.
Informaçُes reunidas no inquérito policial indicaram que M.d.F. foi cobrado por um dos criminosos sobre a prestaçمo de contas referente às drogas vendidas da organizaçمo criminosa dentro da unidade prisional. Em 7 de março deste ano, ele respondeu a um dos criminosos que estava no plantمo e “na atividade”, e faria ‘um corre” de três quilos de maconha e alguns telefones celulares.
As investigaçُes demonstraram que o servidor nمo apenas levava telefones celulares para a unidade prisional, como também providenciava o acesso dos presos à internet do local, com a condiçمo de que lhe fossem repassados 10% dos valores adquiridos com os crimes de estelionato, como os ‘golpes do OLX ou ‘golpes do intermediلrio’. A taxa paga é conhecida entre os presos como “taxa do roteador”.
A Polيcia Civil apurou que, inclusive, apenas no perيodo investigado, os celulares introduzidos ilegalmente pelo servidor foram usados para ordenar a morte de duas pessoas em Sorriso. “Os elementos de prova demonstraram que o servidor se utiliza da sua condiçمo de funcionلrio pْblico para cometer diversos crimes em defesa dos interesses da organizaçمo criminosa investigada”, destacou o delegado Bruno França.
O cumprimento dos mandados da Operaçمo Escariotes teve suporte da GCCO, Gaeco e Delegacia de Sinop.